Não só a arte mas também a fotografia são bem tratadas em Génova. A quantidade de museus existentes e a qualidade das exposições apraz-me imenso. Depois de ontem ter visto duas exposições de fotografia uma no Palácio Ducal e outra Palácio Vermelho, sobre raparigas adolescentes em países subdesenvolvidos e sobre as cidades fotografadas por arquitectos, hoje visitei mais uma exposição.
Na verdade, pelo caminho encontrei outra exposição, desta vez com algumas obras realizadas com a técnica Batik. Interessante. E no mesmo espaço, decorria uma conferência sobre o massacre de 500 mil ciganos pelos nazis. É de notar que em Itália as memórias da guerra ainda estão muito presentes principalmente nos mais velhos. Esta conferência era esporádica mas a actividade cultural no Palácio Ducal deve ser mencionada. Neste momento há 5 ciclos de conferências a decorrer em contemporâneo: uma sobre a história de Génova, uma sobre neurociência, uma sobre história da música, uma sobre democracia e uma sobre a criação e origem do mundo. Tudo com entrada livre claro.
Mas voltando à exposição que queria visitar, Mediterrâneo era o seu nome e era uma coleção de 80 quadros que retratavam não todo o Mediterrâneo mas apenas em particular a parte sul da França. Começava com meados de século XVIII e este belo quadro de Vernet que originalmente é do Louvre (havia uma série de quadros do Louvre e de outros museus importantes). No site da mostra podem fazer uma Virtual Tour que aconselho claramente. Entre os quadros de Coubert, Cézanne, Renoir, Van Gogh, Boudin, Munch, Dauphin ou outros havia muitos belos retratos das paisagens da Provença. Era interessante verificar as diferenças entre os vários estilos para a mesma paisagem. Por exemplo, há dois quadros com o nome Rocce a L'Estaque, um de Cézanne e o outro de Renoir. Os quadros foram pintados ao mesmo tempo, isto é, os dois pintores iam juntos para o mesmo local e as diferenças são claras aqui e aqui. O mesmo acontecia com o Forte de Antibes de Monet e Boudin respectivamente.
Mas os quadros de que gostei mais eram de artistas que não conhecia, ambos pertencentes ao período do neo-impressionismo (a mostra tinha realismo, impressionismo e neo). Este de Signac, este de Van Rysselberghe e este do mesmo autor. Por fim, os dois quadros de Soutine tinham um estilo muito próprio mas muito engraçado. Já os dois de Matisse que estavam expostos passaram-me um bocado ao lado. Mas claro, gostos não se discutem. No global, gostei e não me desiludiu. Há que referir um ponto em particular. Além da duração longa em termos de número de meses, esta mostra tem um horário alargadíssimo. Aberta todos os dias das 9 às 19 sendo que aos sábados e domingos fecha só às 20! E só fechou nos dias 24, 25 e 31 de Dezembro abrindo no próprio 1 de Janeiro das 10 às 20! Isto demonstra a quantidade de pessoas que vai regularmente às exposições do Palácio Ducal. E ainda bem.
Bem massa, Fausto!
ReplyDeleteobrigado.
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