Como toda a gente sabe, o trânsito em Itália é completamente anárquico. Hoje tive mais provas disso. Com a pressa, tive de estacionar num local em que não podia mesmo à porta da Polícia Municipal. Mas depois reparei que toda a rua tinha um proibido estacionar com sinais verticais e horizontais e estavam uma série de motas estacionadas por isso não me preocupei. Mais tarde, aconteceu-me o mesmo desta vez mesmo à frente dos polícias que não multavam ninguém.
Na agência de seguros, desta vez foram muito eficientes e portanto mais uns pontos positivos para a burocracia italiana. Só estranhei o atendimento, o senhor que me atendeu tinha uma camisola com um número estampado em letras enormes: 69.
Adiante, ainda sobre a burocracia, num seminário cujo orador principal era o ex-CEO do 2º maior banco italiano, perguntei como era possível andar para a frente com a economia italiana se há tanta burocracia e tantos entraves. A resposta foi que é preciso ter gente com muita capacidade para lutar contra a burocracia da administração pública local. E que nalguns casos as coisas começam a mudar (ex: Tribunal de Turim tem um tempo de resolução de processos muito inferior ao resto de Itália).
A maior e melhor tragédia do dia estava reservada porém para a noite: Otelo de Shakespeare. Muito bem interpretado e com um enredo que adorei apesar de esperar um fim diferente em que Iago se saía melhor (ainda). Iago deve ser a personagem mais intriguista que já vi numa peça de teatro. Toda a hipocrisia presente na peça faz um belo retrato da sociedade sendo o final o melhor exemplo desta hipocrisia. Uma nota para referir que como sempre, o teatro estava cheio de estudantes do secundário. A qualquer peça que vá e a qualquer dia estão sempre muitos presentes. Normalmente acompanhados por professores em visita de estudo. Em Portugal não me lembro de ver tantos nos teatros portugueses.
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