Sunday, January 15, 2012

The return (to many things)

Um mês depois, volto a escrever no blog. E vou continuar a escrever em português em desacordo ortográfico. Com muito trabalho nos últimos tempos (e nos próximos) não poderei escrever muito mas espero mais regularidade nos posts. Sobre Itália, os últimos dias foram pródigos em surrealismo. Para não falar no trágico naufrágio em que o comandante abandonou o navio às 23h30m quando as operações de salvamento só acabaram às 3 da manhã e só por isso arrisca 12 anos de cadeia (além das outras acusações) pois já todos estão fartos de ouvir notícias sobre isso, temos também novidades surreais ao nível político. Primeiro, o ex-ministro Maroni que entregou uma proposta de lei para dar direito de voto a dobrar aos eleitores menores de 40 anos. E depois, muito mais estranho (ou não sendo Itália) e mais grave certamente, o chumbo do Parlamento ao pedido de detenção de um deputado do partido de Berlusconi. Esteve em risco de não ser chumbado pois os ex-aliados da extrema direita (Liga Norte) não queriam chumbar mas no fim, houve liberdade de voto no partido e alguns votaram a favor do chumbo. Nos dias anteriores, Berlusconi fez um esforço e convenceu vários deputados a salvarem o seu deputado. Note-se que o pedido de detenção era pelo crime de associação mafiosa. No quotidiano surreal, ao fim de um mês sem internet e à 2ª visita do técnico, ouvimos por parte deste: "O melhor é mudarem de companhia". Note-se que a assistência técnica é sub-contratada e como tal também ele não gostava daquela companhia. No dia seguinte lá nos arranjaram a net mas.. ficámos sem telefone. Nada de estranho.

E por fim, o regresso ao futebol. Depois do Genoa perder 6-0 em Dezembro contra o Nápoles (com alguns adeptos do Nápoles a criticarem a equipa por marcar tantos golos pois há uma ligação entre os clubes e acharam uma falta de respeito), o treinador foi despedido e contraram um atacante novo (Gilardino). No último jogo, perderam de novo (3-0) e contraram mais um jogador (bom por sinal do que se viu hoje). Mas esta semana, num dos treinos um grupo de 30 adeptos foram aos balneários falar com os jogadores no fim do treino. Não foi uma invasão e foi autorizada a conversa de 30min pelo director desportivo. Simplesmente, os adeptos queriam lembrar os jogadores que jogam no clube mais antigo de Itália e que é preciso jogar por amor à camisola. Não obstante tudo, hoje no primeiro jogo em casa depois das duas derrotas consecutivas fora, os adeptos foram incansáveis no apoio à equipa. E os jogadores mereceram-no porque finalmente esforçaram-se como deviam e fizeram um grande jogo. Não interessa se estavam 4 defesas lesionados e foi preciso jogar com 2 médios na defesa. Ou que se estivesse a estrear um jogador que ainda na semana passada jogou contra o Genoa. Fizeram um jogo de leões. Aliás, grifos como o símbolo do clube. Se na primeira parte perdiam 0-1 apesar de terem jogado melhor, na 2ª marcaram 2 golos em 2 minutos logo ao início para depois aumentarem para 3-1. Mais tarde, o árbitro viu um penalti que não existiu (nem segundo o fiscal de linha nem segundo sequer o treinador da equipa adversária) e expulsou um jogador. A jogar com 10, os jogadores lutaram ainda mais para defender o 3-2 final. Por isso no fim, os adeptos gritaram: Vi Vogliamo Così (queremo-vos assim). E bandeiras assim apareceram nas varandas.



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