Saturday, April 16, 2011

Robert Capa, um grande fotógrafo

Mais conhecido por esta foto do soldado morto na Guerra Civil Espanhola, foi considerado um dos melhores fotógrafos de guerra. Fundou a Magnum com Henri-Cartier Bresson e outros e esteve presente em vários cenários de Guerra (II Mundial, Indochina, Civil Espanhola, Invasão da China por parte do Japão, 1º conflito Israelo-Árabe). Em ocasião dos 4 dias dedicados à História pelo Palácio Ducal de Génova, vi hoje uma exposição das suas fotografias (grátis nestes dias mas aberta durante um mês pagando bilhete). A exposição era tocante de uma forma que nos faz pensar que afinal somos tão pequeninos e tão sortudos no mundo actual em que vivemos por comparação com as pessoas que sofreram na pele as guerras (principalmente do século passado mas não só). Uma das fotos mais marcantes é esta. São mães de miúdos italianos que tinham roubado armas aos alemães e foram assassinados. Outras fotos que gostei (além da sequência do D-day) incluem uma de uma igreja sem tecto (um pouco como o Convento do Carmo) e uma de uma francesa cujo cabelo fôra rapado logo a seguir à guerra porque tinha tido um filho de um soldado alemão ou esta de uma criança. Muito haveria para dizer sobre este fotógrafo mas de momento não posso. Além desta exposição vi mais 10! outras sobre a guerra. Sim, 9, todas grátis. Uma de fotografias de Afeganistão e Paquistão, 3 dias depois da libertação em 2001, uma informativa sobre Nagasaki e Hiroshima, uma de fotos de cemitérios de guerra, uma de quadros também sobre a guerra, uma de fotos em Sarajevo em 1993, uma de jornais e propaganda na altura da WW II, uma sobre a guerra em banda desenhada, uma sobre a presença da guerra nos manuais escolares e uma sobre as crianças genovesas em organizações fascistas nos anos 30 (um pouco como a Mocidade Portuguesa). Destaco na dos quadros, um em que os capacetes dos soldados tinham marcas como Disney, WB, Macdonals, Coca Cola, Pepsi, Burguer King, Harley Davidson, Shell e Microsoft pintadas. Na dos cemitérios, a foto do cemitério da batalha de Somme em França, a mais sangrenta da 1ª Guerra Mundial (cerca de 128 mil mortos). Na de Sarajevo, as fotos dos carros sem rodas para não serem roubados, as fotos das árvores dos jardins todas cortadas para lenha pois o aquecimento não funcionava (era Janeiro). Por fim, no átrio do Palácio, tinham umas palavras cruzadas gigantes e colaborativas sobre o pensamento político de Gandhi. Cada pessoa ia ajudando a completar os cerca de 15metros de palavras cruzadas (e ainda faltava muito). As exposições estavam cheias de gente e ao mesmo tempo decorriam conferências, ciclos de cinema etc. E o mais interessante é ver que o público é de todas as idades, desde adolescentes aos mais idosos. Em termos de cultura, Génova não está nada mal servida e o público agradece.

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