Às vezes faz-se justiça (ou quase)

Hoje saiu a sentença definitiva (do Supremo Tribunal Italiano) sobre o que se passou na escola Diaz após o fim das reuniões do G8 em Génova em 2001. Vários polícias envolvidos foram condenados mas os mais altos responsáveis pela cadeia de comando foram absolvidos. Outra atenuante para os condenados é que devido a uma lei de 2010 as indemnizações não vão ser pagas dos seus bolsos mas por um fundo criado para estes casos.. No entanto, estas condenações não deixam de ser boas notícias. O que se passou em 2001 foi considerado pela Amnistia Internacional a mais grave suspensão dos direitos democráticos num país Ocidental depois da 2ª Guerra Mundial. Estas condenações não têm nada a ver com as manifestações ou confrontos durante os dias do G8. São sobre acontecimentos muito mais graves. Basicamente, depois de tudo ter acabado, a polícia irrompeu na escola onde dormiam os activistas e começou a dar pancada indiscriminadamente. Levou-os para o hospital e nalguns casos espancou-os de novo após a assistência hospitalar. Depois, levaram-nos para uma prisão onde fizeram o mesmo durante alguns dias. Isto sem provas de que aquelas pessoas em particular tivessem feito algo. Aliás, foram condenados em parte por falsos testemunhos e manipulação de provas (incluindo terem colocado de propósito cocktails molotov quando entraram na escola). Já aqui falara num documentário sobre isto e recentemente saiu outro filme chamado precisamente Diaz (que ainda não vi). Porque é bom não esquecer.